quarta-feira, 30 de setembro de 2009

MACAEVER

Quando fui a primeira vez a Macaé, fiquei literalmente ofuscado, tamanha a claridade da luz solar naquela prosperíssima cidade do Norte Fluminense. Senti-me quase um Saulo, caindo do cavalo em Damasco e mudando seu nome para Paulo. E vi um indício de que eu me tornaria uma espécie de santo. Com efeito, eu ia debutar em minha carreira de professor universitário na FAFIMA, a cujo diretor, o Prof. Ângelo Pessanha, eu, mestrando ainda em Teoria Literária, na UFRJ, fora apresentado pela minha máxima Amiga Claúdia Damasceno (eis aí Damasco, de novo). Quando cheguei, naquele longínquo março de 1989, à rodoviária, telefonei à faculdade a fim de saber o endereço; fui atendido por uma dulcíssima voz, que me disse: "Amor". Esta senha, chave, insígnia me foi dada por Elza Ibrahim, a Elzinha, minha anfitriã em Macaé. De há pouco, Elzinha, a professora, habita a nuvem mais luminosa no céu macaense... Na FAFIMA, tornei-me mestre em Teoria Literária e doutor em Poética, sempre pela UFRJ; então, tomei posse na UFF, mas tenho mantido elos inquebrantáveis com a FAFIMA, que, lá uma vez ou outra, me convida para ministrar, durante fins-de-semana, curso de pós-graduação. No fim-de-semana passado, por exemplo, lá concluí um curso de "Introdução à semiótica textual" e pude rever "o lar paterno". Sou LatuFAFIMA: um peixe na água, um pássaro no ar, um poeta frente ao pôr-do-sol. Naquela faculdade, aprendi a ser o professor que quis ser. Em Macaé, tenho Amigos plenos, amigos antigos e amigos novos: Cláudia, Ângelo, Santa Elzinha, o santo profano Pedro Paulo Mussi (quase Mucci) - meu guru, meu mestre, meu saudosíssimo -, meus sempre alunos Luiz Gasparelli Júnior e Rodrigo Araújo, meus antigos alunos: Cláudia, nova e esfuziante diretora, Ivana, Jussara, Ieda, Marilza Damasceno, mãe de minha Claúdia, Perón, um artista completo, uliana, Ariana... A cada vez que volto a Macaé, revejo todos em minhas retina cansadas e atentas. Recozijo-me em rever a FAFIMA, sempre com novidades, todas devidas à excelente gerência da Beth, filha do inesquecível Geraldinho. Definitivamente, a FAFIMA é um pólo cultural do interior fluminense, de onde têm saído discentes e docentes que honram a Academia. Vem-me, com a imagem da FAFIMA, o muro que a circunda: metáfora de aconchego, proteção, segurança. Este muro já está lindamente grafitado por anônimos artistas. Na minha memória e em minha imaginação, o muro da FAFIMA alça-se sublime.

Nenhum comentário:

Postar um comentário