segunda-feira, 7 de junho de 2010

GIZ, MARCOS BAGNO

Não sou eu que escrevo. Escravo,
lavro este chão que não semeio.
Servo do verso, não o tenho
_faço ele vir como me veio.

Não sou a luz. Espelho, espalho
a de outro sol que em mim se escoa.
Nem tenho a língua, só a voz,
vale por onde a língua ecoa.

Não sou eu que escrevo. Transcrevo
_tem algo maior que me guia.
Tímido giz, frágil me arrisco
nos quadros negros da Poesia.



--

Nenhum comentário:

Postar um comentário