sexta-feira, 24 de julho de 2009

CANÇÃO, DE ANTÔNIO BOTTO (1897-1959)

NÃO. BEIJEMO-NOS, APENAS,
NESTA AGONIA DA TARDE.

GUARDA -
PARA OUTRO MOMENTO,
TEU CORPO VIRIL TRIGUEIRO.

O MEU DESEJO NÃO ARDE
E A CONVIVÊNCIA CONTIGO
MODIFICOU-SE - SOU OUTRO...

A NÉVOA DA NOITE CAI.
JÁ MAL DISTINGO A COR FULVA
DOS TEUS CABELOS - ÉS LINDO!

A MORTE
DEVIA SER
UMA VAGA FANTASIA!

DÁ-ME O TEU BRAÇO: - NÃO PONHAS
ESSE DESMAIO NA VOZ.

SIM, BEIJEMO-NOS APENAS!,
- QUE PRECISAMOS NÓS?

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