domingo, 13 de dezembro de 2009
CARÊNCIA CIBERNÉTICA
Por cerca de três longos dias, este meu fiel computador teve que ir a um "spa", porque entrou em pane e eu quase fiquei em pânico. Não me basta o "notebook", pequeno demais, sem horizonte, sem plasticidade. Eu necessito desta parafernália aqui, bem na minha sala esteta e de colecionador. Naqueles dias e noites, era como uma pessoa que me faltava, um amigo diuturno, um cúmplice sem culpa alguma. Meu computador é meu livro, meu dicionário, minha enciclopédia. Ele fica ligado, ou conectado, melhor dizendo, dia e noite; na madrugada, senti a falta de sua luz, quase bruxoleante, uma espécie de lareira em uma cidade que não precisa de lareira. Este computador faz parte de meu lar, como o Guto (meu cão), como minhas tartarugas, meus flamboyants, meus jasmineiros, minhas rosas sonhadas, minhas palmeiras de nenhum exílio, minhas bromélias (sempre que falo de bromélia, lembro-me do genial Burle Max), meu pé de acerola. Na moldura de minha alma letrada, o computador é o traço cibernético.
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