POEMA PARA BERTHA
Mãe, a sua vida, você diz,
daria um livro,
desde o primeiro ponto na longa costura,
você veio de tão longe e seu corpo miúdo
entrou tão fundo no coração de todos,
cavando a terra, cortando galhos, semeando,
bordando flores em infinitas tapeçarias,
suas mãos sempre em movimento,
como se dançassem sozinhas,
Você arrumava e desarrumava casas,
por onde passava você era um vento novo,
um sopro, um redemoinho,
nas suas mãos os panos eram vivos,
bastava o seu olhar e viravam
os mais loucos vestidos.
Por onde passava você ia fabricando amigos.
Agora, como ciranda mágica, à sua volta,
filhos e filhas, irmãs, sobrinhos,
netos e netas, bisneto, livros e flores,
os que já se foram, os que ainda virão
e todas as estrelas do firmamento.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
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