quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O ANIVERSÁRIO DE ROSEANA MURRAY

Datas são datas e devem ser celebradas, não se obedecendo a um calendário religioso ou mercantil, mas ao verdadeiro calendário do coração. Tomei a decisão de comemorar três aniversários com os respectivos aniversariantes: o de Cláudia Damasceno, o de Luiz Gasparelli e o de Roseana. Este ano, eu havia comprado, para o dia 31 de dezembro, minha passagem de volta de BH, aonde fui festejar, com meus irmãos, sobrinhos e sobrinhos-netos, o Natal. Pensando bem, resolvi antecipar minha volta a Saquarema, justamente para estar com a Roseana no dia do seu aniversário. A princípio, ela, por estar vivendo um momento muito difícil, face à doença de sua amorosa mãe, não faria festa alguma. O Juan, seu marido, e eu a convencemos de que os amigos merecem festejá-la, todo dia e, principalmente, cada 27 de dezembro. Escondi dela, o quanto pude, meu retorno antecipado das Minas Gerais; mas, ao fim e ao cabo, não resisti à sua curiosidade e confessei-lhe que chegaria a tempo de almoçar com ela. Tem imensas e raras virtudes a minha Amiga; para além de uma quase ímpar generosidade e sedutor brilho de inteligência, sabe, como poucas pessoas, ser anfitriã, oferecendo a seus convidados, com requinte próprio, o que tem de melhor. Sou freqüentador assíduo do lar Arias-Murray e não fico constrangido de, até, sugerir, muitas vezes, um convite a mim. É que não gosto de incomodar; porém, amigo, a meu ver, tem que se ver. Invento pretextos, como, por exemplo, uma consultoria, e lá estou eu, naquela mansão marítima, tendo dedos de prosa e poesia.
Foi em "petit comité" a festa de aniversário de Roseana Murray. Veio de Teresópolis, com sua dimensão eufórica única, a irmã, a ceramista Evelyn Kligerman. A "pièce de résistance" do lauto almoço foi uma "paella sevillana", feita pelo granadino Juan. Aliás, lembro-me sempre de que a primeira vez em que fui à casa deles, lá estava o Juan elaborando uma "paella"; não me sai da memória a cena de um "chef", sorrindo ao misturar azafrão, frutos do mar e quejandos. Para acompanhar o supimpa e sublime prato, libamos champagne "Moët et Chandon"; a sobremesa foi um creme de mamão, com sorvete e cassis. Um cafezinho bem familiar arrematou o banquete íntimo. Em lindas fotos, Evelyn registrou cenas de um aniversário poético. A memória grava, para sempre, momentos de pura felicidade e alegria indelével.

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