Em 20 de abril de 2003, Jerônimo Peixoto passou a uma outra dimensão. Desde 2004, sua filha Cláudia Damasceno promove uma festa, em que congrega a família e os amigos mais próximos, entre os quais, há cerca de 30 anos, eu me incluo. Cada ano, Claudinha traz uma novidade para a festa de seu pai, mantendo a alegria, os acepipes e a música. Uma das grandes novidades foi quando a celebração se realizou em Saquarema, onde mora Everest, o filho mais velho. A cada efeméride, eu faço um discurso que Claudinha, a anfitriã, afixa na Galeria de Arte Jerônimo Peixoto, em Macaé-RJ, que ela montou e mantém ativa em memória de seu progenitor. Este ano, a festa foi, de novo, em Saquarema, porém na casa da noiDia 20 de abril de 2003, Jerônimo Peixoto passou a outra dimensão, deixando mulher e três filhos. A partir de 2004, sua filha Claúdia Damasceno promove, no aniversário do falecimentova de Everest, Andréia, significando a bênção de Jerônimo à nova união e revelando que a família cresce, em amor e pessoas do bem. Não foi formal meu discurso, como aquela vez em Macaé, quando falei sob um céu estrelado e enluarado e as pessoas puderam vislumbrar luzes especiais que brilhavam no momento de minha emocionada fala: seria o sorriso eterno de Jerônimo. Convocado por Claudinha para proferir meu discurso, quis agradecer a hospitalidade da nova casa, parabenizei à Marilza - responsável, na festa, pelo lauto almoço - por ser a mãe de filhos maravilhosos, confraternizei-me com todos, porque membro de uma família, unida pelos laços da mais pura espiritualidade. A partir de orientações da Claúdia, minha Musa e Beatriz, aproveito, sempre, a festa de Jerônimo para homenagear os meus antepassados, sobretudo meu pai, que se foi há uma eternidade, e à minha mãe, que nos deixou já faz 14 longos anos.
De posse da palavra, Marilza Damasceno leu esta belíssima oração de Santo Agostinho:
"A morte não é nada./ Apenas passei ao outro mundo./ Eu sou eu. Tu és tu./ O que fomos um para o outro, ainda o somos./Dá-me o nome que sempre me deste./ Fala-me como sempre me falaste./ Não mudes o tom a um triste e solene./ Continua rindo com aquilo que nos fazia rir juntos./ Reza, sorri, pensa em mim, reza comigo./ Que o meu nome se pronuncie em casa/ como sempre se pronunciou./ Sem nenhuma ênfase, sem rosto de sombra.// A vida continua significando o que significou:/ continua sendo o que era./ O cordão de união não se quebrou./ Por que eu estaria fora de teus pensamentos,/ apenas porque estou fora de tua vista?/ Não estou longe,/ Somente estou do outro lado do caminho./ Já verás, tudo está bem./ Redescobrirás o meu coração,/ e nele redescobrirás a ternura mais pura./ Seca tuas lágrimas e se me amas,/ não chores mais".
Finda a celebração, cada um de nós sentiu-se mais abençoado e mais forte para continuar a cumprir a missão que lhe cabe.
quinta-feira, 22 de abril de 2010
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