sexta-feira, 28 de agosto de 2009

CAMILO MOTA, POETA E EDITOR DO JORNAL POIÉSIS

Caro Latuf,
após as primeiras leituras de seus versos, um marulhar de palavras veio habitar comigo. Estou faz uma semana preparando um poema em prosa e, enfim, ei-lo, em primeira mão para você. A você dedicado, por obra de seus versos terem despertado em mim o encanto do mar. Será divulgado no Poiésis de setembro.
Abraço fraterno,
Camilo Mota
Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Artewww.jornalpoiesis.comO MAR A TODOS UM DIA CHAMACamilo MotaPara o poeta Latuf Isaias MucciSereias se disfarçam nesse vento suave que vem me buscar em final de tarde. Caminho em direção à beira do Atlântico para ver ondas, pessoas, areias e cães consumindo-se no derradeiro brilho do sol. O mar nunca se esconde. Mesmo à noite — lua nova, espuma branca — o som invade almas com seu canto de acalanto. Há quem passe indiferente a tudo, cabeça baixa, murmurando dores de amores que não tem. E uma maresia suave, como lágrima distribuída ao vento, percorre a face do homem triste que ao longe desaparece. As ondas preenchem o tempo novo de buscar a terra firme. E trazem no alto, desafiadoras, pranchas multicores numa luta desigual e constante pelo equilíbrio do mundo. Surfar é um estado de espírito. (Homem que voa nos cabelos de Iemanjá). A praia é lugar de horizonte aberto para o céu de onde sereias-estrelas refazem o tempo.

Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis, membro da Academia Brasileira de Poesia, reside em Saquarema-RJ.

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