quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O HOMEM QUE CONHECEU O AMOR, AFFONSO ROMANO DE SANT"ANNA

Do alto de seus oitenta anos, me disse: “na verdade, fui muito amado.” E dizia isto com tal plenitude como quem dissesse: sempre me trouxeram flores, sempre comi ostras à beira-mar.
Não havia arrogância em sua frase, mas algo entre a humildade e a petulância sagrada. Parecia um pintor, que, olhando o quadro terminado, assina seu nome embaixo. Havia um certo fastio em suas palavras e gestos. Se retirava de um banquete satisfeito. Parecia pronto para morrer, já que sempre estivera pronta para amar.
Se eu fosse rei ou prefeito teria mandado ergue-lhe uma estátua. Mas, do jeito que falava, ele pedia apenas que no seu túmulo eu escrevesse: “aqui jaz um homem que amou e foi muito amado”. E aquele homem me confessou que amava sem nenhuma coerção. Não lhe encostei a faca no peito cobrando algo. Ele que tinha algo a me oferecer. Foi muito diferente daqueles que não confessam seus sentimentos nem mesmo debaixo de um “pau de arara”: estão ali se afogando de paixão, levando choques de amor, mas não se entregam. E no entanto, basta-lhes a ficha que está tudo lá: traficante ou guerrilheiro do amor. Uns dizem: casei várias vezes. Outros assinalam: fiz vários filhos. Outro dia li numa revista um conhecido ator dizendo: tive todas as mulheres que quis. Outros ainda, dizem: não posso viver sem fulana (ou fulano). Na Bíblia está que Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó e Jacó gerou as doze tribos de Israel. Mas nenhum deles disse: “Na verdade, fui muito amado”.
Mas quando do alto de seus oitenta anos aquele homem desfechou sobre mim aquela frase, me senti não apenas como o homem que quer ser engenheiro como o pai. Senti-me um garoto de quatro anos, de calças curtas, se dizendo: quando eu crescer quero ser um homem de oitenta anos que diga: “amei muito, na verdade, fui muito amado.” Se não pensasse nisto não seria digno daquela frase que acabava de me ser ofertada. E eu não poderia desperdiçar uma sabedoria que levou 80 anos para se formar. É como se eu não visse o instante que a lagarta se transformara em libélula.
Ouvindo-o, por um instante, suspeitei que a psicanálise havia fracassado; que tudo aquilo que Freud sempre disse, de que o desejo nunca é preenchido, que se o é, o é por frações de segundos, e que a vida é insatisfação e procura, tudo isto era coisa passada. Sim, porque sobre o amor há várias frases inquietantes por aí... Bilac nos dizia salomônico: “eu tenho amado tanto e não conheci o amor”. O Arnaldo Jabor disse outro dia a frase mais retumbante desde “Independência ou morte” ao afirmar: “o amor deixa muito a desejar”. Ataulfo Alves dizia: “eu era feliz e não sabia”.
Frase que se pode atualizar: eu era amado e não sabia. Porque nem todos sabem reconhecer quando são amados. Flores despencam em arco-íris sobre sua cama, um banquete real está sendo servido e, sonolento, olha noutra direção.
Sei que vocês vão me repreender, dizendo: deveria ter nos apresentado o personagem, também o queríamos conhecer, repartir tal acontecimento. E é justa a reprimenda. Porque quando alguém está amando, já nos contamina de jasmins. Temos vontade de dizer, vendo-o passar - ame por mim, já que não pode se deter para me amar a mim. Exatamente como se diz a alguém que esta indo a Europa: por favor, na Itália, coma e beba por mim.
Ver uma pessoa amando é como ler um romance de amor. É como ver um filme de amor. Também se ama por contaminação na tela do instante. A estória é de outro, mas passa das páginas e telas para a gente.
Todo jardineiro é jardineiro porque não pode ser flor.
Reconhece-se a 50m um desamado, o carente. Mas reconhece-se a 100m o bem amado. Lá vem ele: sua luz nos chega antes de suas roupa e pele.
Sim, batem nas dobras de seu ser. Pássaros pousam em seus ombros e frases. Flores estão colorindo o chão em que pisou.
O que ama é um disseminador.
Tocar nele é colher virtudes.
O bem amado dá a impressão de inesgotável. E é o contrário de Átila: por onde passa renascem cidades.
O bem amado é uma usina de luz. Tão necessário à comunidade, que deveria ser declarado um bem de utilidade pública.

21 comentários:

  1. poha texto muito chato me minha professora ditou ele cara tivemos que refazer por erro de portugues vlw por posta o texto cara agora vou fazer se erros vlw XAU

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  2. Muito interessante a cronica mais tem palavras que não conheço então fica dificil fazer a interpletação do texto se fosse escrito com palavras sem complicação os leitores entenderiam melhor Bjooos Xaaaau.

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  3. é muito legal esse texto, mais em conpençaçao tenho q fazer tarefa sobre ele, aff ninguem merece!!

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  4. A discussão sobre valores que o texto traz é muito significativa.O texto deixa claro que a felicidade pode estar nas atitudes mais simples como reconhecer o amor, por exempo.Aliás, retifico, simples e complexa, pois, É PRECISO SABER AMAR.

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  5. BRUNO,CARLA FERNANDA,EDUARDA E NATÁLIA.21 de março de 2011 às 05:58

    Esse texto revela a importância de dizermos que fomos amados e que amamos também,pois muitas vezes quando as pessoas falam do amor é comum dizerem que amaram muito,que sofreram por amor,mas é raro encontrar alguém que diga:"EU FUI MUITO AMADO".

    Alunos da Escola Natalino de Oliveira Lima.Lagoa Real-BA: BRUNO,CARLA FERNANDA,EDUARDA E NATÁLIA.

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  6. Amanda,Cleidiane,Jailton,Jucélia e Renata21 de março de 2011 às 06:31

    O texto descreve a história de um homem de 80 anos que nessa altura de sua vida sempre reconheceu o amor.Nós, leitores, amamos o jeito desse personagem exepressar seus sentimentos.É uma maneira emociomante de demonstrar o que ele sente.Esse comportamento é algo raro de se encontrar atulmente.Ele fala sobre algo super interressante, que é o amor verdadeiro.Não só o amor entre casais,mas sim um amor de pai, mãe,amigos e outros.Atualmente as pessoas não sabem o que é o amor verdadeiro, mas sabem dar valor aos bens materiais.
    O personagem diz que vários homens têm todas as mulheres que desejam,outros dizem ter muitos filhos mas,eles nunca foram amados.
    Mas que no alto de seus 80 anos o personagem disse:
    "Amei muito,na verdade, fui muito amado."


    Escola: Municipal Natalino de Oliveira Lima
    Alunas: Amanda, Cleidiane, Jailton,Jucélia e Renata.

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  7. Douglas, Lucas, Caio e Marcelo.21 de março de 2011 às 06:34

    o texto fala gue o amor é muito mais
    importante do gue as coisas materiais. Que um homem do auto do seus oitenta anos, que "não teria" muitas coisas para oferecer, mas na verdade é um sábio, pois amava e era amado. A pessonagem diz que vários homem têm todas as milhares gue desejam, outra dizem tem filhos gue nunca,mas foi amado.Esta frase nos revela que o homem é feliz quando ama e é amado e não quando tem simplismente riquezas materiais

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  8. Andréia, Bruna, Leide, Pauliana e Rosilene.21 de março de 2011 às 06:34

    NO texto fica claro a ideia de que mesmo depois de velho o ser humano pode amar. E ser amado autor,está fazendo também uma critica ao homen que só quer acumular bens materiais e acaba se esquecendo de viver o amor.As vezes as pessoas dizem amar tanto outra,mas na verdade nem sabem o que é o amor.

    Escola Municipal Natalino Oliveira Lima

    Aluno; ANDRÉIA,BRUNA,Leide,Pauliana e Rosilene.

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  9. Qual são as respostas da apostila?

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  10. Texto altamente de valor poético e inteligente

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  11. Esse texto é bonito mas é ruim de interpretar...

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    1. Ruim de interpretar ????

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    2. Pode-se afirmar que o narrador parte da frase que ouviu de idosos para abortar uma questão da existência humana qual é a questão??

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  12. Aaaah esse texto, é daqueles que se leem em dia ruins!

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  13. Aaaah esse texto, é daqueles que se leem em dia ruins!

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  14. QUE BOSTA DE TEXTO, UM PROFESSOR ME LANÇA ESTE LIXO PRA INTERPRETAR, TINHA QUE SER UM MACONHEIRO DE MERDA QUE NÃO SABE O QUE QUER DA VIDA. ACHOU BONITO, COPIOU, COLOU E OS ALUNOS QUE SE FODAM.

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  15. mds vei, que texto lixo kk

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