sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

HAÏTI CHÉRI

Quando eu fazia mestrado em Ciências Sociais na Universidade de Louvaina, na Bélgica, tive contato com alguns haitianos, cuja imagem me ficou de uma alegria, parecida com a dos brasileiros, e do "slogan", que repetiam, de seu país caribenho, "Haïti chéri", por eles pronunciado com o "r" carregado, como o do interior paulistano e mineiro.
É inimaginável a hecatombe que se abateu sobre aquele país, já paupérrimo, de que os canais de televisão, todos, nacionais e estrangeiros, não cessam de mostrar as imagens dantescas. No meio de tamanha desgraça, procurei um sorriso, que acenasse uma esperança. Não o tinha achado, mas, ontem, foi mostrado um bebê de uns três ou quatro meses que, soterrado por mais de 200 horas, foi resgatado e que, ao salvar-se, simplesmente levantou os bracinhos, comemorando como se fosse um jogador de futebol após o gol. Tinha ele o mesmo gesto celebratório do meu neto primogênito, João Otávio Latuf, em uma foto,com a mesma idade do bebê haitiano, em que está, face ao Padre Maia, meu antigo reitor do seminário de Mariana, regendo a missa de Beethoven, no "dvd".
Haverá alguma esperança para o Haiti ou "esperança" é apenas mais uma palavra-clichê?

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