sábado, 23 de maio de 2009

O ÚLTIMO POEMA, DE MANUEL BANDEIRA (1886-1968)

Assim eu quereria o meu último poema
Que fosse terno dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas
Que tivesse a beleza das flores quase sem perfume
A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

Libertinagem & Estrela da Manhã, 1.ed. especial - Rio de JaneiroNova Fronteira, 2005
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