sábado, 8 de maio de 2010

PESADELO VS SONHO

Desde menino, e lá se vão várias décadas, tenho um pesadelo recorrente: não sei a matéria da prova. Noite passada, o pesadelo retornou, mas como o de um professor que não preparara sua aula. Acordar de tais pesadelos é sempre um grande alívio. Quanto ao primeiro pesadelo, creditou-o à minha obsessão em querer ser, sempre, primeiro aluno; já no que tange ao pesadelo da noite anterior, tenho-o reiteradamente desde que virei professor e me esmero em ser, pelo menos, um bom professor. Como os carnavalescos que preparam os desfiles de suas escolas apenas termina um desfile anual, começo a preparar minhas aulas hebdomadárias desde que se encerram a cada terça-feira e quinta-feira. Defintivamente, adoro minitrar aulas e já me preparo para a minha iminente aposentadoria, quando não mais terei, diretamente, alunos da UFF. Congregarei alunos virtuais, ensinarei ao Guto, meu cão, farei de mim mesmo meu mais obsessivo aluno. Três décadas de magistério terão servido para muita coisa.

6 comentários:

  1. Olá!
    Sou aquela do blog, a que escreveu sobre alfenins. Obrigada por sua visita ao meu blog e o elogio. Estive sem tempo nos últimos dias. Seu texto é sempre lindo! Acabo de ler o último e gosto, principalmente, de quando diz de ensinar o cachorro e se ensinar. Sou aluna de Letras Inglês da Veiga de Almeida, e professora de inglês do curso Oxford. Compartilho desse seu temor.
    A propósito, tenho coisas novas, não muitas, no blog.
    Felicidades e até breve!
    Samantha Toledo

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  2. Escrever é preciso, viver... Continuemos, pois, a viver da escritura. Como colega, de texto e de sala de aula, você me lê e se lê. Em irmandade textual, todo o meu afeto.

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  3. Quando diz que tenta ser, ao menos, um bom professor, repare detalhadamente os olhares de cada aluno direcionados à vc toda quinta feira de manhã. Com certeza, terá uma resposta além do que condiz o destino de suas tentativas!
    Um professor BELÍSSIMO e, tão rapidamente, AMADO!

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  4. Quase perco o fôlego quando leio o que me escreve, me descreve, me justifica, oh Belíssima!

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  5. Uma vez ouvi "Os caráteres do instrutor e do artista devem ser os mais puros possíveis, pois ambos são profundos formadores de opinião". Como não lembrar da sua aula, sua alegria e seu fulgor ao falar da arte?
    Ensinar é uma arte; neste caso, o artista é instrutor ou o instrutor é artista?
    Você é ambos.

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  6. Chegando da apoteose que vocês, meus aluninhos, promovem, toda quinta-feira santa, em minha sala de aula, tornada, por passes de mágica, barracão, coxia, ateliê, leio sua voz, que ecoa no mais profundo de minh'alma. Sou-lhe grato, imensamente grato, Menino-artista!

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