domingo, 15 de março de 2009

DA LAVRA DO LUIZ GASPARELLI, MEU GENIAL, TERNO E ETERNO ORIENTANDO

Till death do us part?

Era imaginando como há diversas dificuldades para manter um relacionamento, como é difícil assumir para si mesmo e, principalmente, para o parceiro, que se é humano, como é complicado manter e desenvolver a imagem transparente de si mesmo, que começa-se escrever.
Porque quando o Mr. Big bate à porta, todas as desvantagens de um relacionamento à distância vêm junto com as milhares de vantagens de encontrar um namorado perfeito.
Querer beijar alguém que está miles away e não ter esta oportunidade; sentir desejo, vontade de fazer amor, e ter ou de esfriar a cabeça num banho gelado, ou resolver-se sozinho; anular-se socialmente para dedicar mais tempo a um computador, pois do outro lado da tela, encontra-se o quem amamos; buscar argumentos fortes para justificar aos outros (na verdade, a si mesmo) que o que existe é forte e duradouro, e que a situação que vive, a de distanciamento físico, é temporária.
Muitas são as intempéries da paixão virtual. Mas a pior delas é não ter a certeza de que, no final de um longo e cansativo dia, no sol quente de verão e efeito estufa, não será encontrado um ombro macio e acolhedor, muito menos um abraço apertado que alivia qualquer tensão.
Neste momento, o que resta é o pensamento de que está ficando maluco em manter algo assim, que a melhor saída é livrar-se deste empecilho e partir para algo palpável, literalmente. Pois acreditar que se pode viver de amor digitado, somente para quem é hacker.
A solução, portanto, é cair fora, antes que outro perceba isso também e abandone. Porque abandonar é mais fácil do que ser abandonado, principalmente à distância. Muita mais saudável emocionalmente é ver no Orkut do outro a cara de triste enquanto você já está em outras baladas, com outras pessoas. Ninguém quer, conscientemente, sofrer. Por isso é mais fácil sair do que ficar esperando alguém que nunca vem.
Realmente, esse seria o caminho mais lógico. Mas trata-se de amor. Trata-se de desejo, de afeto. E nesta hora, lógica é a última coisa que se conta. Sim, aguarda-se semanas para o primeiro olho no olho, espera-se mais de um mês para trocar o primeiro beijo, sexo, então, dois meses depois.
Mas o esperado acontece e acaba sendo melhor que o imaginado, que o delirado, em algumas situações. Porque se fala de Mr. Big, não de qualquer um. E exatamente por se estar falando do homem com quem se deseja passar o resto da vida, é que vale a pena a espera, a angústia, as incerteza e dúvidas. Supera-se a ansiedade e a insegurança, em troca de uma certeza maior, a confiança de que encontrou um amor que está aí e é verdadeiro.
E apostando neste amor, é que se inverte a ideia do till death do us part para till net do us keep together, for ever and ever.


Escrito numa sexta feira 13, porque não há distância ou superstição forte o bastante para fazer parar de amar.

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