sexta-feira, 27 de março de 2009

NU SINGULAR

22 Março, 2009

palvars
Silêncios. Palavras. Silêncio. Vontade de palavras.
Silêncios que despedaçam palavras.
Palavras que digam destes silêncios.
Palavras, sempre palavras. Silêncios palavrosos.
Labiata. Dor que não desata. Lenine. Lenitivos
musicais. Samba. Rock. Orquídea. Sala cheia. Nenhuma revolução.
Palavras. Dizê-las neste silêncio à toa. Como festa minha.
Dizer sol. Dizer frio. Norte. Porto perdido.
Indigentes. Maltrapilhos de toda a espécie. Santa Catarina.
Dizer. Dizer. Gritar o nexo do silêncio. Todos os sentidos
misturados. Palavras. Todas as palavras. Signos. Muito ou
pouco secretos, isso que me interessa.
Palavras. Fotos. Não há espaço memória. Noite. Batalha. Entorse.
Tópicos. Borrões. Flashes. Tango. Mulheres. Sempre a palavra
mulher. Sempre a palavra a salivar. As mulheres tão belas. Sempre.
A sala cheia. O canto pleno. Noite fria. Frio? Inverno? Verão?
Calor. Calores. Equinócios. Aqui o ócio. Aqui o registo descurado
das coisas. Conversas amenas. Estocolmo. O lá e o aqui. Banhos de
mar. Banhos em março. Pele, pele, pele, pele. Palavras coladas à pele.
Sabores latinos. Menos dez graus. Tags. Noite na terra. Os cabelos.
Os sorrisos. Que digo? Noite em mim. Noite sobre esta vontade de
palavras. Nunca digito bem palavras à primeira. Fica sempre palavars.
Ou então palvars. Ou mais frequentemente palvras. Pálpebras.
Cerro-as. Revistas. Posts. Blogues. Erro meu. Tanta coisa por ler.
A querer ler. Tanta coisa que me cala. Uncut. Easi. Ler. Courier. Wired.
So tired. Encerro-me.
publicada por francisco carvalho às

2 comentários:

  1. Não tenho palavras. Apenas e quase só silêncio.
    Um silêncio humilde e reverente. Um silêncio por estar a entrar em tão bela Casa da Palavra, da Poesia, do Amor.
    Mas não posso esconder: é para mim um orgulho, e até privilégio, ser destacado assim por figura tão emérita, por alguém que tantos, justamente, chamam de Mestre.
    De repente, não mais que de repente, você entrou assim na minha vida, qual borboleta com a felicidade estampada nas asas breves. Azul sim, azul pleno.
    Meu profundo e comovido obrigado, Professor Latuf. Não tenho mais que estas soluçadas palavras. Este gago silêncio.

    Meu abraço
    desde aqui, o outro e gasto lado do Atlântico,

    Francisco

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