domingo, 22 de março de 2009

POEMA DE FERREIRA GULLAR

UM POUCO ANTES

QUANDO JÁ NÃO FOR POSSÍVEL ENCONTRAR-ME
EM NENHUM PONTO DA CIDADE
OU DO PLANETA

PENSA

AO VERES NO HORIZONTE
SOBRE O MAR DE COPACABANA
UMA NESGA AZUL DO CÉU
QUE RESTA ALGUMA COISA DE MIM
POR AQUI

NÃO TE CUSTARÁ NADA CRER
QUE SORRIO AINDA NAQUELA NESGA AZUL CELESTE
POUCO ANTES DE DISSIPAR-ME PARA SEMPRE

PS Ao tomar conhecimento deste poema, lembrei-me de como soube da morte de minha amadíssima amiga Dora Romana: ao telefone me disseram que Dora era, a partir de então, uma nuvenzinha branca no céu azul.

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