Ontem, Luiz Gasparelli, meu eterno orientando, telefonou-me, euforicamente, anunciando-me que vira o filme "Morango e chocolate" (Fresa y chocolate) e que tinha pensando muito em mim, não só porque refere Maria Callas, John Donne, Lorca, Lezama, mas,sobretudo, porque, em minhas aulas de "Ética & estética", há a ressonância do enunciado, em certo momento, pelo protagonista, que ensina: "a arte não transmite; sente-se, faz pensar". Enquanto falava ao telefone com esse meu menino lindo, fui buscar, entre os meus milhares de dvd's dito filme (que comprei há muito tempo e ainda não tinha tido a oportunidade de ver), a que acabo de assistir. Desde o começo, pensei em duas pessoas: Indaiá, a bela do Pará, minha menina, que estudou em San Antonio de los Baños, e Piedade Carvalho, minha mãe (embora seja muito mais jovem do que eu) acadêmica, que sempre adorou Cuba, por ela visitada inúmeras vezes, e que me apresentou a José Martí. Ri e chorei, chorei e ri, chorei, chorei, ri, ri, sem dialética alguma, assistindo ao filme, que desenhou, em minha alma, um arco-íris. Tenho visto e propagado o belíssimo dvd do show de Maria Bethânia, nossa Orixá, com a cantora cubana Omara Portuondo, que mostra como o Brasil e Cuba são, por suas fortes raízes africanas, parecidíssimos. O filme de Tomás Gutiérrez Alea e Juana Carlos Tabío me confirma essa sensação; eles falam, por exemplo, em Orishas, jogam búzios, acreditam nos mesmos santos barrocos e são mestiços.
Secadas minhas lágrimas, recolhido o meu riso, fui tomar um pote de sorvete de morango, logo eu que sempre detestei sorvete de morango, embora goste muitíssimo da fruta e de sua cor budista. Brindei, assim, meu amor a Cuba!
quarta-feira, 11 de março de 2009
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