VISITA MÁGICA

"Casa onírica! Casa onírica!", repetia, com um belo sorriso, Roseana, quando adentrou, pela segunda vez, dia 4 de março de 2009, esta minha casa. Mas qual impressão receber de uma Poeta se não essa, quando ela se depara com uma casa, em cuja entrada há duas colunas de livros - uma, a da direita, feita de livros de Juan Arias, seu marido; a outra, a da esquerda, estruturada com livros de poemas e crônicas de Roseana Murray; impressão de uma casa, habitada por livros, na varanda, nos quartos, no corredor, na cozinha, nos banheiros, na garagem; de uma casa, em cujas cadeiras sentam-se livros, conversando entre si, esperando que eu os abra e os ponha no meu colo, como uma criança, necessitando de carinho, como um adulto, ávido de ensinamentos, como o Mestre, pronto para trazer sabedoria; impressão de uma casa, povoada por objetos de arte, narrando histórias de viagens pelo mundo; impressão de uma casa, cujo silêncio é pontuado pelo canto dos pássaros; impressão de uma casa, onde são criados três netos lindos, que aqui brincam, dançam, estudam, recebem com beijos os amigos do vô.
"Sua casa é uma relíquia", quase concluíu Roseana, maravilhando-se com tudo, certamente lembrando-se de sua mansão, que freqüento e onde sou, a cada semana, um sonhador, imerso em Poesia e extático frente ao mar, que é a paisagem vista de cada ângulo do lar Murray-Arias.